Quando o Brasil iniciou a privatização de serviços, pensou-se que, do exterior, viriam grupos bilionários, trazendo seu capital e tecnologia para usar em um país carente de capital. Mas o que ocorre é exatamente o contrário: os grupos pegam dinheiro no BNDES; se o banco federal usa recursos nacionais, está errado, pois deveria se concentrar em projetos básicos; se o banco usa dinheiro obtido no exterior – o BNDES está pedindo US$ 800 milhões à China – não há lógica em trazer dinheiro de fora para apenas transferi-lo a grandes empresas estrangeiras.
Nos últimos dias, o BNDES concedeu R$ 756 milhões à OHL Brasil, subsidiária do grupo espanhol que revolucionou a exploração de rodovias, ao aceitar valores mais baixos nos pedágios. Por que a empresa não traz dinheiro da Espanha – próprio ou captado em bancos aos quais tem acesso direto?
Monitor Mercantil. S. Barreto Motta.