Com os presentes de final de ano para Lamsa (concessionária da Linha Amarela) e empresas de ônibus, o prefeito Eduardo Paes fará evaporar do bolso do carioca R$ 88,2 milhões até outubro deste ano. Tarifas de pedágio e passagens dos ônibus que circulam na cidade tiveram aumento de 10%, ou 3,4 pontos percentuais acima da inflação de 2011 (pelo IPCA, ainda não fechado).
Bem comportados
Com o mimo, a Lamsa vai ter um adicional de arrecadação de R$ 720 mil por mês com os cerca de 220 mil automóveis que passam por dia pelos pedágios (ida e volta). E esta coluna preferiu nem levar em conta que ônibus pagam R$ 7 e caminhões, até R$ 28,20 a cada passagem.
Já as passagens de ônibus aumentaram de R$ 2,50 para R$ 2,75. Se tivessem tido reajuste de 6,64%, como aconteceu com a tarifa intermunicipal, o carioca pagaria, sem arredondamento, R$ 2,66. Os R$ 0,09 a mais, em 90 milhões de viagens por mês, adicionam aos cofres das empresas R$ 8,1 milhões mensalmente.
Quem paga
A concessionária da Linha Amarela, mostram os números agora conhecidos, fez um excelente negócio (alguém duvidava?) ao renovar, cinco antes do término do contrato, a concessão. O acordo prevê investimentos de R$ 241,5 milhões em obras de infra-estrutura para melhorar a operação na via. Noves fora o controle sobre este montante, sabe-se agora – nem o Tribunal de Contas do Município (TCM) teve conhecimento – que somente o acréscimo no reajuste, acima da inflação, bancará mais da metade (R$ 129,6 milhões) do investimento previsto. Nada que impeça que novos aumentos superiores à inflação brindem a concessionária com o total custeio, sem precisar mexer no “principal” do pedágio.
Quem ganha
A Lamsa S/A lucrou R$ 74,8 milhões em 2010, R$ 64 milhões em 2009, R$ 62,6 milhões em 2008 e R$ 50 milhões em 2007.
Todos na rede
Quase cinco milhões de nomes de domínios (endereços de sites) foram adicionados à Internet no terceiro trimestre de 2011, elevando o número total de nomes de domínios registrados para quase 220 milhões no mundo inteiro, de acordo com o mais recente “Dossiê sobre a Indústria de Domínios na Internet”, publicado pela VeriSign. É o terceiro trimestre consecutivo com um crescimento superior a 2%.
A saga espanhola
A opção preferencial pela banca, expressa nas políticas de cortes de gastos não financeiros, bateu forte no emprego na Espanha. Ano passado, mais 322.266 espanhóis perderam seus postos de trabalhos, segundo dados do Ministério do Emprego. Com isso, 2011 fechou com 4.422.359 desempregados no país, uma piora de 7,86% em relação ao ano anterior. Em dezembro, nem as compras natalinas evitaram que a taxa crescesse 0,04%, com a demissão de 1.897 espanhóis.
Ainda pior
Os números, porém, são ainda piores segundo a Pesquisa de População Ativa do Instituto Nacional de Estatística (INE) – equivalente espanhol do IBGE. No último levantamento do INE, correspondente ao terceiro trimestre, o total de desempregados na Espanha chegava a cerca de 5 milhões, contra os 4,42 milhões das estatísticas do Ministério do Emprego para todo o ano passado.
Os cínicos
A disparada do desemprego na Espanha repercute na Seguridade Social, que terminou 2011 com 355 mil inscritos a menos do que no ano anterior. Com isso, o número de segurados recuou para 17.229.922. O ano terminou com dezembro amargando o sétimo mês consecutivo em que o número de baixas superou o de adesões, com 18.609 menos inscritos no sistema. Para os fanáticos pelo ajuste fiscal, porém, os números negativos devem ser motivo de comemoração, por ajudarem a reduzir as despesas da Seguridade. Além disso, poderão argumentar que a redução do total de contribuintes para a seguridade é uma razão extra para elevar a idade para a aposentadoria e/ou reduzir direitos previdenciários dos espanhóis.
Fonte: Monitor Mercantil