Praça de Portão permanece, mas não mais no modelo comunitário, passando a ser privado.
Porto Alegre – A seis dias da votação do projeto que prevê a prorrogação dos contratos de pedágio por mais 15 anos, o Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, comunicou à governadora Yeda Crusius (PSDB) sua posição contrária à proposta do Executivo.
Por abranger obras, como duplicações, além de rodovias estaduais em trechos de estradas federais, o Duplica RS necessita do aval da União para ser executado.
Também ontem, Yeda passou o dia reunida com deputados da base aliada e com prefeitos, vereadores e lideranças do Vale do Caí e Planalto, onde ficaram definidas alterações no projeto, entre elas, a remoção do pedágio de Farroupilha para São Vendelino e não mais para São Sebastião do Caí, conforme previa o projeto. O pedágio de Portão permanece, mas não mais no modelo comunitário, passando a ser privado.
Sobre o Duplica RS, o principal ponto questionado pelo ministro é a falta de licitação para prorrogar os contratos com as concessionárias.
Ontem à tarde, por volta das 15 horas, a governadora recebeu um telefonema do ministro dizendo que iria comunicar a decisão por escrito ainda na quarta-feira. Às 18h45, em meio à reunião com a bancada do PMDB para definir as alterações no projeto e garantir aprovação em plenário na próxima terça-feira, dia 16, um fax chegou ao Palácio Piratini comunicando a posição contrária do ministro ao projeto do Executivo.
VÉSPERA – Poucos minutos antes, a governadora recebeu um telefonema do senador Sérgio Zambiasi (PTB), da ante-sala do ministro Alfredo Nascimento, comunicando a negativa. “Quando me ligou no meio da tarde, o ministro não foi claro sobre qual decisão tomaria.
Mesmo tendo apresentado pessoalmente o projeto ao ministro, em Brasília, e explicado que a Assembléia estava discutindo o projeto com a sociedade, recebo esta posição às vésperas da votação no parlamento”, disse Yeda Crusius.
Conforme ela, o governo decidirá esta semana, depois da análise jurídica do fax encaminhado pelo ministro, se o projeto continuará na Assembléia para votação.
Conforme o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, o documento é confuso e não explica com clareza o porquê da decisão contrária ao projeto.
“O fax recebido parece uma colagem de textos. A questão das rodovias é muito séria para receber esta interferência indevida”, disse Wenzel.
Conforme o líder da bancada do PMDB, deputado Alexandre Postal, se for mantida a decisão do ministro Alfredo Nascimento, a votação do projeto na Assembléia será inviabilizada.
Diário de Canoas.