Dois modelos de concessão em xeque

RIO – Além de toda a questão econômica, o reajuste dos pedágios possui, embutido, uma disputa política. Se o pedágio destas sete estradas federais subir muito poderá ir por terra uma das principais vitrines da ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência e gerente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O leilão de outubro de 2007 foi comemorado pelo governo em razão do grande número de empresas participantes – 32 – e pelos elevados deságios que permitiram tarifas baixíssimas – de até R$ 0,99, sem correção. O modelo proposto era radicalmente diferente do adotado por José Serra (PSDB), virtual oponente de Dilma nas eleições de 2010, para as estradas paulistas. Nos leilões de rodovias paulistas, o pedágio chegava a R$ 7.

Diferentes modelos de concessão estavam por trás das discrepâncias nos preços. O governo paulista dava prioridade ao recebimento outorgas, ou seja, ganhava a empresa que oferecesse o maior ágio sobre as “luvas” pedidas pelo governo. Esse dinheiro iria para outras obras, como a expansão do metrô. Já a União aboliu o pagamento da outorga e a menor proposta de tarifa do pedágio garantia a vitória no leilão.
Com a pressão, o governo estadual recuou.

Em outros leilões, foi definido um valor fixo de outorga – quase sempre na casa do bilhão de reais – e a oferta de pedágio mais barata era a vencedora.

Com a proximidade das eleições, fontes do mercado acreditam que o governo federal deverá minimizar o aumento do pedágio. A solução deverá ser adiar algumas obras agora e, após as eleições, conceder aumento maior das tarifas.

O GLOBO

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