A Frente Parlamentar Contra a Prorrogação dos Pedágios e o Comitê Gaúcho de Controle Social se reúnem hoje, a partir das 9h, na Assembleia Legislativa, para ampliar a pressão ao governo e evitar uma possível renovação das concessões de pedágios. Além disso, os integrantes dos dois movimentos deverão se encontrar, por volta das 11h, com integrantes do Ministério Público de Contas, que se mostrou contrário à continuidade dos contratos, que terminam no próximo ano.
O governo anunciou que às 14h desta terça-feira será assinado, pelo governador Tarso Genro, o edital para contratação de uma consultoria que será responsável por elaborar estudos sobre a situação das concessões rodoviárias do Rio Grande do Sul.
Segundo a deputada estadual Marisa Formolo, que preside a Frente, os parlamentares têm a responsabilidade de “evitar que o Estado continue estagnado, como está ocorrendo, em função dos pedágios”. Ela avaliou que a possível prorrogação trará prejuízos grandes ao desenvolvimento da economia. Favorável ao modelo de sistema de pedágios comunitários, a deputada argumentou que é impossível aceitar que “as concessionárias continuem arrecadando verdadeiras fortunas, sem que isso se reverta em benefícios aos usuários”.
A Frente, formada por 32 deputados, apresentou projeto proibindo que o Estado renove as concessões. A matéria não tem previsão de análise no plenário. “O assunto não pode ficar em silêncio. Os pedágios foram responsáveis por paralisar a estrutura rodoviária do Estado nos últimos 14 anos. Somente sem a renovação poderemos estimular o desenvolvimento”, frisou Marisa.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado, José Carlos Silvano, as concessionárias arrecadaram mais de R$ 4 bilhões; porém, isso não se refletiu em investimentos. “Com esse valor seria possível duplicar toda a malha rodoviária do Estado. Os gaúchos estão pagando por um serviço de primeiro mundo, mas recebendo retorno de quinto.” Lembrou que os transportadores são os que mais pagam. “Se esse valor não existisse ou fosse menor, o desempenho da economia gaúcha seria muito maior porque a competitividade do Estado aumentaria.”
Fonte: Correio do Povo.