O acirrado debate entre a sociedade, deputados e as concessionárias de rodovias, por conta da CPI do Pedágio, torna-se improdutivo à medida em que pessoas morrem ou são mutiladas nos trechos pedagiados. Para o sistema, uma morte não significa nada e os óbitos acumulativos engrossam as estatísticas. Para quem perde o pai, a mãe, o namorado, o noivo, o marido ou um ente querido, todas as obras realizadas e os investimentos feitos nessas estradas têm a importância reduzida.
O Estado, as polícias e as concessionárias preferem imputar as tragédias aos motoristas, chamando-os de irresponsáveis, imprudentes, negligentes ou despreparados. Percebe-se, no entanto, que toda a política preventiva e de conscientização é falha. Percebe-se que, apesar de todo o investimento no Anel de Integração, as tragédias não são evitadas.
Ontem, na Rodovia do Café, a vida acabou para uma criança e um homem. Os dois viajavam num carro que bateu contra um caminhão.
Uma mulher, que os acompanhava, além do caminhoneiro, ficou ferida. O acidente, assim como os mortos e os feridos, entra para o quadro estatístico, do governo, das concessionárias e da polícia rodoviária. Não se discute, aqui, quem deu causa ao acidente. Cobra-se, sim, medidas para aumentar a segurança nas estradas.
O trecho deste acidente é simples e liga as regiões Sul e Norte do Paraná. No início do ano o governo estadual afirmou que a duplicação começaria até julho. Chegamos em outubro e o único feito em alusão à obra é a placa de duplicação que fica no Trevo Caetano, na junção com a BR-373. A sociedade precisa se mobilizar e cobrar uma resposta.
A duplicação da 376, de Ponta Grossa até Apucarana, é uma aspiração antiga da sociedade e apresenta-se como uma necessidade A segunda pista é tão importante para o desenvolvimento regional quanto para a segurança de quem viaja por esta estrada.
Fonte:Jornal da Manhã.