Um terço do governo Pessuti já se foi e o assunto pedágio não foi enfrentado. No início, algum movimento se fez, mas tudo não passou de poucas maniveladas. No princípio, discutia-se a estritamente a hipótese de redução nas tarifas, mas a reação da opinião pública foi pesada e ampliou-se o debate para o foco principal da questão: a ausência de obras por parte das concessionárias de rodovias.
Quando se analisa o fato com distância e isenção necessárias, percebe-se que há um tufão de dinheiro arrecadado para os bolsos das empresas exploradoras e não existe contrapartida alguma. As estradas não estão sendo duplicadas, os acostamentos não foram melhorados, tampouco as curvas foram corrigidas.
Além disso, os mesmos consórcios que administram os trechos paranaenses são responsáveis pela malha rodoviária paulista. Cabe ressaltar que, comprovadamente, as dez melhores rodovias do país ficam em São Paulo. O tratamento é desigual: o do Paraná é inferior. Inexplicável a discriminação.
Indiferença
É impressionante o descaso do poder público. O governador esqueceu o problema. O secretário dos Transportes, Mario Stam Júnior, quando perguntado sobre o assunto, foge dizendo que este é um problema político. Ou seja: desde que assumiu o cargo, não moveu uma palha para contornar o abuso cometido pelas concessionárias.
Omisso
O governo sequer convocou uma reunião com a comissão tripartite montada desde o início da concessão, cuja composição é formada por representantes dos usuários, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e das concessionárias. No período Lerner, ao menos, fazia-se reuniões periódicas para debater o abismo entre as obras que constam nos contratos e o que os usuários realmente necessitam. Quando Roberto Requião assumiu o governo, em 2003, dissolveu a comissão. E Pessuti manteve-se na mesma linha de omissão.
Também culpado
E o que faz o representante dos usuários, Luiz Anselmo Trombini, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar)? Rigorosamente nada. Ele acomodou-se e hoje sequer se irrita com a não prestação de serviços por parte das concessionárias.
Demissão
Trombini deveria pedir substituição do posto para que outro representante mais ativo e preocupado assumisse a função. Jogador que não corre atrás da bola necessariamente deve ser trocado.
MP
O Ministério Público, fiscal da lei e dos interesses da sociedade, está com a palavra. O procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, precisa entrar na parada, pois, evidentemente, há aqui uma inversão das funções do Estado: tira-se dos que têm menos e se dá para os que têm mais.
Fonte: Coluna Et Cetera.
Política – excesso de pedágios
O pré-candidato petista ao governo de São Paulo, afirmou nesta terça-feira, na abertura do Congresso Nacional do Sindact (Sindicatos dos Transportadores Autônomos de Carga) e Movimento União Brasil Caminhoneiro, que é preciso "acabar com o abuso dos pedágios" nas rodovias em São Paulo.
"Temos que acabar com o abuso dos pedágios. Um caminhão com seis eixos, por exemplo, que ande exclusivamente no Estado tem um gasto de R$ 117 mil de diesel e R$ 115 mil de pedágio", disse o senador.
Mercadante afirmou ainda que o Rodoanel teve participação do governo Lula e que o principal problema a ser enfrentado em São Paulo é o trânsito. "O paulistano enfrenta em média um congestionamento de 2h43min. Se multiplicarmos por um ano, perde 35 dias parado no trânsito."
DIARIO DO GRANDE ABC.