A cruzada contra os pedágios abusivos teve um capítulo em Jaguariúna na noite desta quinta-feira, 12. Comunidade e autoridades se reuniram no auditório do Campus II da FAJ para discutir ações contra as altas tarifas de pedágio cobradas nas rodovias estaduais sob a administração das concessionárias privadas.
Com a presença do prefeito de Jaguariúna, Gustavo Reis (PMDB), do vice Israel Pereira (PT), da deputada estadual Ana Perugini (PT) e de lideranças do município, motoristas e cidadãos em geral, a audiência pública cumpriu mais uma etapa da mobilização popular na Região Metropolitana de Campinas (RMC) contra as cobranças abusivas nas estradas.
Na série de debates públicos em várias cidades da RMC, uma das principais discussões tem sido o reflexo da instalação do sistema de cobrança eletrônica, batizado pelo Governo do Estado de São Paulo de Ponto-a-Ponto, que teve início esta semana na SP-360, rodovia que liga Itatiba a Jundiaí.
O modelo, semelhante ao Sem Parar, cobra dos motoristas por quilômetro percorrido. Tal medição é feita através de um pórtico com antenas na via, além de outras colocadas nas praças de pedágio. As antenas realizam leituras automáticas de etiquetas eletrônicas instaladas nos veículos. O valor correspondente àquele trecho é debitado dos créditos que foram adquiridos pelo usuário.
Segundo a deputada Ana Perugini, o sistema é uma forma que o Governo de SP encontrou para desmembrar uma praça de pedágio em vários trechos da rodovia, porém o valor das tarifas não é reduzido. “Melhora a condição de quem usa pequenos trechos mas a tarifa cheia continua a mesma. No caso de Jaguariúna, em que os moradores da cidade sofrem o maior impacto, temos a média gasta por quilômetro rodado sete vezes maior que a menor tarifa praticada nas rodovias federais. A injustiça é muito grande”, disse.
Os participantes levantaram várias dúvidas sobre a nova forma de cobrança e reforçaram suas críticas a essa política de pedágios que, além de punir o cidadão que circula no Estado, encarece produtos e serviços.
“Estamos colhendo assinaturas nas cidades por onde estamos passando, ouvindo a população, interagindo e aprendendo para ampliar ainda mais a representação que queremos fazer à Artesp e ao governo do Estado em função do pedágio que é cobrado. Vemos o aumento do número de praças de pedágio e de fluxo de veículos, porém os pedágios vêm subindo cada vez mais. Precisamos de mobilização para reverter isso”, frisou.
A coordenadora do Movimento Popular Contra os Pedágios em Jaguariúna, Claudia Alessandrini, vai manter a mobilização na cidade, colhendo assinaturas contra os valores abusivos e repassando as sugestões para serem incluídas na representação da deputada. “A participação da população é fundamental nesse processo. Essa exploração precisa acabar e, para isso, precisamos de um engajamento cada vez maior”, afirma.
POR: BRUNO FELISBINO
Se as cidades de Jaguariúna e Campinas por meio de suas prefeituras asfaltassem a Estrada que passa por Carlos Gomes, tenho certeza que a Renovias iria repensar sobre o valor do pedágio cobrado. Uma solução simples.