PEDÁGIOS, MAIS ÔNUS PARA USUÁRIO.

Há recursos específicos para a manutenção das atuais rodovias e também para construção de novas

Se hoje os pedágios já oneram as mercadorias transportadas e atingem também o consumidor, o ônus aumentará com a implantação dessa cobrança nos novos lotes já anunciados para mais três rodovias do Paraná. A carga recairá diretamente sobre o usuário individual e indiretamente sobre todos, pelo aumento do custo dos transportes, que hoje é de 11%, conforme cálculo do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná. Mas o governo federal, ao determinar o pedagiamento de mais sete rodovias no País, não se preocupou com isto. Ainda não há informação sobre o número de cancelas que serão instaladas nesse novos trechos paranaenses (Curitiba-São Paulo e Curitiba-Santa Catarina), previstos para entrar em vigor no mês de outubro, nem sobre as tarifas. O que se sabe é que este é um novo abuso autorizado pelo governo, que já recebe impostos sobre os combustíveis para custear a manutenção das estradas e construir novas. Ao invés de usar o dinheiro do imposto dos combustíveis para esse fim – a denominada Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) – dá-lhe outras destinações, obrigando o cidadão a pagar de novo se quer a manutenção da malha rodoviária. Mas não é apenas este o custo, porque quase metade do valor de um veículo novo fica com o governo, acrescentando-se o IPVA, seguro obrigatório, custo para obter habilitação, tarifas para obtenção de documentos dos Detrans, emplacamento, multas e os atuais pedágios. ”Não se pode simplesmente criar mais uma despesa para o consumidor com a desculpa de que isso é necessário para cuidar das rodovias”, enfatiza o presidente daquele sindicato, Aldo Klein Nunes, que esteve por estes dias em Londrina e falou a este Jornal. Existem hoje no Paraná 3.412 empresas transportadoras de cargas, com 80 mil veículos e 335 mil profissionais empregados. Uma vigorosa força, que está se mobilizando para tentar o impedimento de mais esses pedágios. Mas não apenas essas empresas devem mover-se – como já estão fazendo – mas sobretudo os representantes do Paraná nos parlamentos. Há recursos suficientes não só para manter as rodovias atuais mas também para construir novas, porque é grande a receita específica para esse fim. Mesmo com a população desesperançada ante um governo tão esbanjador – que por isso abocanha somas fabulosas em impostos para sustentar superfaturamentos em obras, mordomias e todas as formas de corrupção – é preciso que se deflagre no Brasil uma gigantesca mobilização popular e se destrua esse estado de coisas. Já passa da hora de um contra-ataque.
Jornal Folha de Londrina Opinião 02/08/2007

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