Por 4 razões principais:
1. A concessionária não investe dinheiro próprio — por não ter os recursos ou por não querer investir. Logo, o dinheiro para investimento (ou para pagar empréstimos bancários) precisa ser tirado do usuário. E o valor é elevado.
Em valores absolutos, o motorista norte-americano paga um pedágio quase 3 vezes mais barato que o brasileiro…
E na comparação do poder aquisitivo (salário mínimo), a tarifa média do motorista norte-americano (carro de passeio), se fosse pagar o preço do pedágio brasileiro, seria equivalente a quase R$ 27,00 (R$ 6,00 x 4,45). Ou seja, um pouco mais de 13 dólares!
– No Brasil, o preço do pedágio visa garantir o lucro da concessionária e a sua capacidade de investimento. Preço justo e capacidade de pagamento do usuário não foram cogitados, nem pelas concessionárias nem pelo poder concedente.
– Nos outros países, as concessões foram vendidas pelo governos, por um certo prazo. Aqui, elas foram (e continuam sendo) doadas.
– Nos outros países, a maioria das concessionárias teve que construir as estradas, com direito de administrá-las por um determinado número de anos, depois do que passam a pertencer ao poder concedente. Aqui, as concessionárias recebem as estradas “de mão beijada”… No caso da duplicação da BR-101, por exemplo, o governo federal está investindo meio bilhão de reais somente no trecho Sul, com dinheiro da CIDE (imposto que pagamos na compra de combustível) e empréstimo do Banco Mundial (que os motoristas vão pagar). No entanto, essa rodovia vai ser concedida à iniciativa privada assim que terminarem as obras, sendo que o valor dos pedágio já está determinado pelo governo federal. As empresas vão receber uma estrada novinha em folha, pago pelo nosso dinheiro e sem nenhuma manutenção a fazer por muitos e muitos anos. Ou seja, uma mina de ouro “caída do céu”….
– Na Comunidade Européia, a maioria das rodovias pedagiadas é administrada pelo próprio governo, através de estatais.
– Aqui o motorista não pode optar por estradas sem pedágio (sintomaticamente chamadas “rotas de fuga”), como nos outros países, nem pode escolher uma concessionária concorrente. É a ditadura rodoviária.
– Alguns alegam que na França o pedágio custa mais que o dobro do brasileiro. É verdade. Mas lá o salário mínimo (R$ 3.412) vale 9 vezes o do Brasil. Na Espanha também o valor é mais de duas vezes maior que o nosso, mas naquele país o salário mínimo (R$ 1.556) é mais de 4 vezes maior que no Brasil…
– Por não visar ao lucro e por ter a função constitucional de garantir o direito de ir e vir do cidadão, o governo poderia (e deveria), ele próprio, cobrar pedágio. Mas a um valor que poderia ser até 6 (seis) vezes menor do que as concessionárias hoje cobram e, ainda assim, construir e manter as rodovias em perfeitas condições.
– Veja outros sites de protesto contra os pedágios, no exterior:
• Citizens Against Tolls (Cidadãos Contra os Pedágios, EUA) — http://users.nac.net/jmp/tollfree/fair.html• National Alliance Against Tolls (Aliança Nacional Contra os Pedágios, Reino Unido) — http://www.notolls.org.uk/roadpricing.htm