SÃO PAULO – Cerca de 200 mil veículos pagaram pedágio no primeiro dia da cobrança no Rodoanel Mário Covas, segundo estimativas da concessionária RodoAnel, que administra o trecho oeste. A tarifa é de R$ 1,20 para carros de passeio. Ônibus e caminhões pagam o mesmo valor por eixo. A maioria dos motoristas foi pega de surpresa no primeiro dia da cobrança.
Às 8 horas, uma fila se formou na praça de pedágio no acesso à Marginal da Castello Branco, sentido Alphaville-Tamboré. “Muitos motoristas não sabiam do início da cobrança”, disse Carlos Costa, gestor de arrecadação da concessionária RodoAnel. Para evitar congestionamentos, funcionários trabalharam como papa-filas: com uma caixa amarrada ao corpo, iam de carro em carro para agilizar a cobrança.
O consultor de trânsito Luiz Célio Bottura acredita que as filas vão continuar. “As intersecções com as rodovias foram mal projetadas, causando filas muito antes das praças de pedágio. É o caso das marginais, onde o problema está nas pontes de acesso.”
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo (Setcesp), Francisco Pelucio, a ausência de filas no resto do dia mostrou que muitos motoristas procuraram rotas alternativas nos bairros para fugir do pedágio. “Essa taxa vai encarecer o preço do frete.”
O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) entregou panfletos contra a cobrança de pedágio em uma das praças do Rodoanel. Ele é o autor do projeto de lei que pretende anular o decreto do governador José Serra (PSDB), que instituiu a taxa. “A cobrança de pedágio urbano municipal é inconstitucional”, diz.
Segundo Gianazzi, o pagamento da tarifa vai provocar um efeito dominó, pois o valor deverá ser incorporado ao preço do frete e das mercadorias consumidas pela população.
Com R$ 0,50 no bolso, o supervisor de segurança Marco Antônio Jorge, de 44 anos, teve um imprevisto à 0h05, ao voltar para casa. Embora passe pelo Rodoanel diariamente, ele se esqueceu do início da cobrança do pedágio. Quando percebeu que não tinha dinheiro, já estava na cabine na praça de pedágio de Perus. Para ir embora, Jorge pediu a um amigo que levasse o dinheiro até o local. Ele não desaprova a cobrança. “Se for para melhorar, acho bom.”
O caminhoneiro Alceu Messias do Amaral, de 56, discorda. “A tarifa é R$ 1,20, mas o caminhão tem quatro eixos, o que representa R$ 4,80 cada vez que eu sair do Rodoanel. O Covas prometeu que não haveria pedágio no Rodoanel.”
Mônica Cardoso, de O Estado de S. Paulo, e Daniela do Canto, do Jornal da Tarde
Olá. Concordo plenamente que a estrada é nossa e que vender é traição a todos os brasileiros, mas é fato que uma vida não tem preço e que rodovias pedagiadas tem redução de acidentes e de número de pessoas mortas em acidentes. Rodovia pedagiada não existe burraco, tem sinalização correta, atendimento ao usuário e outros serviços. O que não pode ocorrer é pagar pedágio e imposto, duas vezes pelo mesmo serviço. Sou afavor de pagar pedagio mas não os impostos referentes a conservação de rodovias.